2011/08/15

Comunicado da JS Ribatejo sobre o aumento de preços nos transportes públicos

A JS Entroncamento repudia este ataque indiscriminado aos portugueses, em particular, aos muitos Entroncamentenses, que todos os dias utilizam os transportes colectivos para se deslocarem para estudar e trabalhar fora do concelho.. Tentar desconstruir este problema com a justificação que o Passe Social não cumpre o que está implícito na sua designação, é o mais falacioso dos argumentos, pois este passe, que não é social para este governo, tem permitido a homogenia e o crescimento das cidades fora da área Metropolitana de Lisboa, e para nós, a promoção da igualdade de oportunidades é e será um pilar básico da justiça social. Com este aumento iremos assistir à debandada de habitantes das zonas marginais à Grande Lisboa. Deixamos, abaixo, o comunicado da JS Ribatejo sobre este aumento.

Comunicado da JS Ribatejo sobre o aumento de preços nos transportes públicos

Na passada segunda-feira, dia 1 de Agosto, os transportes públicos em Portugal aumentaram 15% (em média). Aumentou o custo de vida de muitos milhares de portugueses, sendo que muitos deles são jovens ribatejanos. A JS Ribatejo, enquanto estrutura política que sempre pugnou pelos interesses dos nossos jovens vem, através deste comunicado, apresentar diversas razões para considerar este aumento um acto de má gestão conduzido por um governo que quer aumentar “cegamente” a receita do Estado, não levando em conta qualquer tipo de preocupação ou de justiça social. Com efeito, um aumento de preços na ordem dos 15%, fosse em que área fosse, seria sempre criticável. Contudo, o facto deste acontecer no sector dos transportes públicos é algo devastador para o cidadão comum. Sentir este peso crescer diariamente, pode vir a tornar-se insustentável para muitos portugueses. Vejamos: muitos são os passes mensais que aumentam na casa dos 20/25€. Se tivermos em conta que muitas pessoas possuem mais do que uma assinatura (pois utilizam diariamente diferentes tipos de transportes), facilmente podemos constatar que a oneração “real” de muitos portugueses andará à volta dos 50/60€ por mês. A este cenário acrescentemos o “imposto extraordinário” sobre o subsídio de natal, e chegamos à conclusão de que o poder de compra dos portugueses está a ser, brutalmente, reduzido pelo governo.
Neste cenário, será importante tecer algumas considerações. Primeiramente, ainda nos recordamos do actual governo PPD/PSD – CDS/PP, enquanto oposição, criticar o então governo PS pelo “fraco esforço para reduzir o défice do Estado pelo lado da despesa”. Diziam eles que o anterior governo apenas queria “cobrar mais, e mais, impostos aos contribuintes”. A JS Ribatejo interroga: onde estão o PSD e o CDS-PP “da oposição”?! Que esforço estão a fazer os governantes desta legislatura para reduzir o défice do Estado sem mexer no lado da receita? Mais, como conseguirão suportar estes aumentos indiscriminados os milhares de trabalhadores, estudantes e reformados que todos os dias utilizam os transportes públicos como meio preferencial de deslocação? Muitos poderão culpar a Troika, e o acordo firmado na anterior legislatura, por esta medida. Contudo, em nenhum lugar desse acordo se apontava para uma subida de preços tão radical. Centremo-nos agora no panorama distrital. Quem conhece, e usa, as estações de comboios de todo o nosso território, só pode ficar apavorado com este cenário de aumentos! Passemos pelas estações de Tomar, Entroncamento e Santarém (só para citar algumas) e contemos os milhares de pessoas que todos os dias aí se encontram para irem trabalhar, estudar ou tratar de qualquer outro assunto. Será justo para eles suportarem este novo “imposto”? E que consequências ele trará para o desenvolvimento regional? Lembremo-nos do recente caso da ligação Coruche-Setil, para entendermos a importância estratégica que o transporte ferroviário tem para o nosso distrito. Acabámos de usar como exemplo os comboios, mas a verdade é que muitas outras pessoas utilizam também os autocarros. Ou seja, temos todo um distrito a ser, fortemente, prejudicado por esta medida!
A JS Ribatejo teme pelo futuro do distrito e pelo futuro dos nossos jovens que vêm os seus postos de emprego, e a sua educação, cada vez mais “longes” e mais “caros”. Contém connosco para tentar inverter este ciclo!

JS Ribatejo